segunda-feira, 20 de agosto de 2007

AS LENTES

"Eu acredito no cristianismo como acredito que o sol nasce todo dia. Não apenas porque o vejo, mas porque através dele eu vejo tudo ao meu redor." (C.S.Lewis)

Tenho refletido um bocado sobre esta citação de Lewis e a verdade contida nela tem me consolado e alegrado muito. Mas há uma outra realidade, que é colocar essa reflexão para fora dos meus pensamentos, direcionando a impulsão que existe nela, para minhas mãos. Se vejo tudo ao meu redor, através das lentes do cristianismo, é certo que muitas situações vão me incomodar e revoltar.
Então que ângulo é esse, que torna tudo mais bonito ou mais repulgnante? Para Jesus, cristianismo é prática, é praticar o amor ao próximo, renunciando o 1º lugar das minhas próprias vontades para o compromisso com o bem estar do outro - meu próximo. Cristianismo é viver sem medo, porque aquele que é motivado, direcionado, controlado pelo perfeito amor, não tem medo. Quem tem medo é porque não está sendo aperfeiçoado no amor, porque o perfeito amor - Deus em essência - tira o medo da nossa vida. (inspirado em Mateus 22.39 e I João 4.18)
O medo anda de mãos dadas com as conseqüências das nossas escolhas então por que teria medo aquele que escolhe o bem estar do próximo, como se tivesse agradando a si mesmo?
Sinto não ser fácil usar as lentes do Cristianismo, embora eu seja praticamente cega sem elas.
Troquei meus óculos espirituais há pouco tempo, aliás... na verdade tenho entendido que preciso levá-los todos os dias pra o meu Mestre limpar, endireitar, acertar o grau... essas coisas...
Já tive problemas na visão (física), mas óculos não resolvia o problema... de qualquer modo, deve ser um grande alívio colocar os óculos pra quem necessita deles pra fazer as coisas, pra viver...
Minhas lentes de cristianismo são fundamentais para o meu viver e não suporto a visão turva das coisas.
E agora o que fazer com a capacidade de enxergar? Essa capacidade de enxergar me dá visão; essa visão impulsiona minhas mãos e onde elas devem tocar, abençoar, transformar? Lembre-se: a visão não é minha, as lentes não são minhas, apenas cuido delas e sou responsável por administrá-las.
Só que preciso das lentes, só sei que a visão me impulsiona, só sei que o que está à minha volta precisa de lentes também. Se há pessoas à minha volta que precisam de lentes, que estão vendo tudo embaçado ou não estão enxergando nada, deve ser porque não sabe que há lentes para elas também e se sei que isso é possível, não posso desfrutrar sozinha da companhia do Dono das lentes.
Falar das lentes é amar...

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