segunda-feira, 12 de abril de 2010

Discípulos...

"Será que ainda quero continuar trabalhando com crianças e adolescentes?"

Algumas situações que tenho vivido nos últimos dias tem me levado a esse auto-questionamento. Parece que me meti numa furada... Um casal de missionários que são amigos meus, me pediu para cuidar de suas 5 “filhas do coração” (2 crianças e 3 adolescentes), durante 15 dias, mas este número precisou saltar para 22, no decorrer do tempo.


Ainda não acredito que estou sobrevivendo a este tempo. Quando assumi o compromisso, sabia que era grande, mas imaginei que a criação rígida dos pais, me ajudaria a manter as meninas na linha. Tem acontecido de tudo pra me cansar, irritar, desanimar, desacreditar. Uma delas em especial, vinha me ajudando muito, sempre disposta a servir, querendo me agradar e apoiar, parecendo entender como está sendo difícil pra mim. Mas aí ela cometeu um erro gravíssimo, daqueles que você sente o castelo da confiança desmoronar. Exatamente ela abusou da confiança que tinha nela, para me trair, infringindo regras.


Cheguei a ficar sem ar quando descobri sua traição e não soube como agir. Fui pra Deus, lutando contra minha própria desistência, buscando nEle calma, encorajamento e direção. Ele me fez lembrar de como foi difícil pra Jesus ter discípulos e ser traído por eles. Guardando as devidas proporções, a situação de Jesus me ajudou muito. Tenho meditado no livro de Atos e lembrar de quem Pedro era e em quem ele se tornou, foi me trazendo esperança.


Eu desisti das meninas e do meu chamado por alguns instantes, ao me sentir traída, ao pensar que minhas discipulinhas não estão reconhecendo o quanto tenho me esforçado neste tempo. Nesse instante Jesus me leva a olhar para o seu exemplo, pois Ele nunca desiste de nós e Seu amor por nós não muda, embora caminhemos errantes. Era a fagulha que eu precisava para continuar caminhando, indesistível.


Agora a noite, elas fizeram um bolo e disseram que era em minha homenagem. Eu quis que elas desistissem, dizendo que não tinha ovos e que não poderiam usar a fôrma. Elas fizeram sem os ovos e usaram uma panela para assar o bolo. Prepararam um calda de açúcar com leite e embora eu não goste de bolo de cenoura, não pude resistir à doçura que quiseram me oferecer, na tentativa de mostrar que reconhecem que sou importante pra elas. Além disso, assim como eu, são apenas crianças.


É maravilhoso poder entender um pouco mais sobre como e quanto Deus nos ama. Eu não resisti a elas, Ele não resiste a nós.



Um comentário:

Unknown disse...

Sua vida inspira a minha, seus posts enchem meu coração e meus olhos.
O Senhor te forlateça sempre em tudo q vc precisar.
Abraço apertado!