O ABISMO E A PONTE

Vivi o finzinho do mês de novembro e a maior parte do mês de dezembro me identificando profundamente com o personagem de Harrison Ford no filme “Indiana Jones e a Última Cruzada”. Em determinado momento ele precisa atravessar uma ponte que só é possível ser vista por quem tem fé.

Em fins do mês de novembro, fui desafiada por Deus a pensar na possibilidade de deixar o meu trabalho em BH e procurar por um desafio diferente. E o primeiro desafio foi abrir mão do chão firme que eu podia ver na Casa Luzeiro, para 2010. Não foi uma decisão fácil, mas senti que era resposta para minha busca pela vontade de Deus para o próximo ano. Então entendi que sair desta base, que tenho servido por 2 anos, era uma opção e por esta decisão, optei.

Nos desafios que o arqueólogo do filme enfrenta, em busca do seu objetivo maior, mais do que coragem e habilidade para encarar cavernas, insetos gigantes e outras coisinhas aterrorizantes, ele precisa de fé. Indiana precisa atravessar uma ponte e a fé era o único elemento que ele precisava, mesmo que tudo o que ele via era o abismo que o separava do seu alvo.

Quando comuniquei minha decisão de sair da base de Belo Horizonte, a minha sensação era parecida com o que o personagem do filme parece ter vivido – eu não via o chão, mas via o desafio de olhar para frente e dentro de mim encontrei a certeza de que o meu Senhor fará um caminho até o alvo que ele tem pra mim. Esta promessa veio em um momento que vivi a angústia de sair da minha atual família missionária para não sei onde.

O mês de dezembro correu rápido e durante este tempo digeri melhor essa mudança tão repentina e tive o privilégio de me despedir, sem pressa, dos meus queridos, que estiveram comigo durante estes dois anos. Deles eu recebi palavras de liberação e incentivo para descobrir em Deus meus próximos caminhos.

Sou grata ao meu Senhor, a quem sirvo, por ter me dado o privilegio de sair desta base sem rancores, sem culpas e, certamente, com muita bagagem para servir em outros lugares que eu vá.