
Quando resolvi me embrenhar na minha caminhada-auto-reflexão, descobri que junto com as ondinhas vinham restos mortais de terríveis águas-vivas!!! Aff! Nada demais... acho que quando as águas vivas não estão mais “tão vivas” não são tão terríveis assim... Só sei que via as geléias mortas adiante, tomando o espaço de boa parte do meu trajeto.
Fugi pra lá e pra cá daqueles pedaços de gosma espalhados pela areia e aproveitei o restante do passeio... ondas quebrando, sol se pondo, vento, uma atmosfera densa e envolvente. Ambiente propício a reflexões tão necessárias neste momento da minha vida.
Daí em diante eu queria encontrar uma metáfora bem original sobre praia, ondas, pegadas, essas coisas... Blá! Acho que já esgotaram todas as metáforas possíveis... Resolvi só andar e questionar e argumentar e admirar e me inspirar... arrrr...
Parei onde achei que tinha que parar, começando a voltar e aí lembrei da minha tragédia!!! Teria que fugir daquelas melecas de novo... Tá vendo? Por isso que não gosto mais da praia! Muita gente, muita areia, muito sol, muito protetor solar, muitos riscos de levar um caixote (mineiros que nunca foram à praia, cliquem aqui) e agora muita água-viva! Éca! Só de pensar me deu aquela canseeeira... Ah! Acho que não vou conseguir... Vou acabar dando um pisão naquele negócio nojento uma hora dessas... Vir até aqui já foi meu trunfo, não conseguirei este número novamente!
E aí encontrei minha metáfora! Quando voltava, as melecas não estavam mais lá! Incrível! A lição veio instantaneamente... As ondas sempre serão a metáfora das coisas que a vida traz e a vida leva... O medo da possibilidade de perder e o de ganhar às vezes alcançam a mesma dimensão. Tenho enfrentado esse dilema... o que vai acontecer comigo, se vou ganhar, se vou perder, se vou acertar, se vou errar, se vou fugir, se vou me render, nunca sei e não posso controlar, não dá!
Enquanto eu deixava o meu medo inicial de pisar nas águas vivas e seguia meu caminho na praia, atrás de mim, as ondas vieram e levaram meu medo pra longe. Da mesma feita, há Alguém soberano que leva pra longe meus medos, quando decido simplesmente caminhar à beira mar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário